segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Marujos I

Era uma tarde, na primavera ardente de Setembro/2004. Ao longo do ano a Terra descreve em elipse, os passos de uma dança, seguida por outros planetas do sistema solar, pelas galáxias, pelo universo inteiro, em seus confins, uma dinâmica que os idealistas atribuem à Deus. Quando costumo falar das estações do ano, refiro-me aos hemisférios, às metades norte e sul do planeta/esfera. E como estamos na metade sul da esfera, a primavera começa em setembro, mas sempre existirão flores desabrochando e animais namorando ao longo do ano, aliás estamos na chamada "zona tórrida ou intertropical", muito quente, mas muito pródiga em espécies. Na Amazônia é muito comum associarmos o inverno à ocorrência de chuvas, embora existam verões chuvosos, e invernos quentes. Logo não existiria um inverno exclusivamente "amazônico". Aliás que o calor do verão dissolve a neve dos Andes, enche os rios amazônicos, inunda a várzea, leva as árvores a evapotranspirarem, e reproduzirem esse ciclo de vida que abunda no ecossistema, soberano em biodiversidade, tão gigantesco quanto frágil. Enfim, essa fusão de estações retroalimenta o equilíbrio do ecossistema, ameaçado pela "ferida acesa" que o homem carrega em seu coração. Portanto, era setembro, que primavera fosse. Meu amigo Ary Nemer chegava em casa para trocarmos idéias sobre uma canção que escreveríamos no Servifest. Minha experiência pioneira no festival dos servidores públicos, deu-se em parceria com meu grande amigo Marcelo Gaudêncio e a nossa "Talismã", antigo Olê Olá, grande composição, um soul muito legal. A canção "Talismã", como "Marujos do Tambor", foi tecida a quatro mãos entre dedilhados e palavras que foram tomando forma de verso e canção. Lembrei de mencionar São Benedito, padroeiro da minha Curuçá, e também de Bragança onde se festeja a marujada em dezembro.  E a canção "Marujos do Tambor" foi inscrita no VI Servifest, ficou em segundo lugar e marcou um momento inesquecível.

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