Matagal
(Otacio Ruy)
Surge linda moça,
Louça feita inteira em porcelana;
Vaga feito a corsa
livre, leve e solta na savana.
Mergulho nas ondas densas,
Um transe no Nirvana;
A cabana, as pedras,
E o canto do rio.
O frio, os mariscos
Os riscos do amor
Dependem do humor dos deuses.
Às vezes naufrago,
Te trago pra mim;
E vim colher os ventos
Que se lançam ao cais.
Mais Deus tem pra nos dar
Que um simples dom.
E o céu em neon moldura o matagal,
Sinal de uma graça
A garça de neve, leve, deve levar-me embora
Vida afora do trapiche.
Um fetiche, um bem querer.
Se deixa surpreender, finge que me devora
Lá fora a chuva cai e a noite ainda quer mais,
Desejos ancestrais que afloram em mim agora
Meu anjo do bem.
Teu sim, meu não
Meu sim, teu não.
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