domingo, 1 de maio de 2011

1º de Maio


O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. A repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia. Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalhador. (Fonte: IBGE / Ministério do Trabalho).
Um dia os mercadores (burgueses*) acumularam capital suficiente, para contratar artesãos* e disponibilizar a estes matérias-primas e ferramentas, iniciando assim o processo de alienação* do trabalhador dos meios de produção*, na verdade deixando o trabalhador apenas com a sua energia corpórea, para vender aos futuros empregadores, era a consumação da proletarização* da mão-de-obra, do crepúsculo da Idade Média, do surgimento do Capitalismo*, que passaria a sobrevalorizar o valor de troca* em detrimento do valor de uso* e  dinamizar a mais valia*, riqueza gerada pelo trabalhador que não é incorporada ao seu salário. Daí se inicia todo um processo de afastamento do trabalhador de um dos principais meios de produção que é a terra. É por isso que aqui no nosso país, passados mais de cinco séculos da expansão capitalista, cujo núcleo emissor foi a Europa, milhares de pessoas continuam fazendo o que chamamos de êxodo rural. Trabalhadores desprovidos, de crédito e financiamento, assistência técnica, transporte para seus produtos, infraestrutura urbana, etc., que não encontram alternativa além da venda de suas terras, para então entrarem no que chamamos exército de reserva de mão-de-obra*, para o capital agrário* (agronegócio ou agrobusness) ou para o capital urbano-industrial*. Vale destacar que o êxodo rural se agravou com a modernização agrícola, implementação de máquinas na agricultura que sacramentou a estrutura agrária conservadora*, que tem ainda no latifúndio* e na monocultura* seus pilares, além de ainda utilizar mão-de-obra escrava, realidade esta que nos remete à colonização do século XVI. É preciso lembrar que os "sem terra", eram pessoas que perderam suas terras e posteriormente seus postos de trabalho com a modernização dos meios de produção no campo e por isso motivados por uma prática católica libertadora, daqueles que assumem o anúncio da boa nova e denunciam às iniquidades, passaram a lutar por Reforma Agrária*, que na França por exemplo ocorreu a mais de dois séculos. Agora uma Reforma Agrária de verdade não se resume a doação de títulos de terra, que muitas vezes legitimam a posse aos latifundiários, é necessário que o lavrador tenha acesso a credito, assistência técnica, transporte, infraestrutura etc. Na realidade atual não é difícil constatarmos a escravidão de pessoas que trocam sua força de trabalho por migalhas nos "trechos" da vida, inclusive aquí no interior do Pará, onde são inúmeros os "mártires da terra". Maranhenses, por exemplo, saem dos seus lugares para morrer exauridos na tentativa desesperada de cortar toneladas de cana, nos canaviais paulistas, para ganharem o suficiente e retornarem aos seus queridos e seus lugares, é a face oculta do agronegócio. Gestão participativa nas empresas*, ou distribuição de lucros ainda é ofensa para grande parte dos empresários. Quantas vezes não ouvimos dizer que a riqueza que ostentam é "fruto do seu trabalho", e como "Deus ajuda quem cedo madruga", deduz-se que essas figuras nem mesmo chegavam a dormir, para receber tanta ajuda de Deus. Outra face que precisa ser discutida é a formação de cooperativas*, tantos trabalhadores do campo e da cidade precisam desse apoio e assim se constituirem em pequenos emprendedores coletivos melhorar sua renda e terem qualidade de vida, sem o egoismo e a individualização capitalista. O capitalismo é por natureza excludente*, a concorrência* apresentada como uma de suas características é uma fábula, daí a multiplicação de cartéis*  e trustes*, monopólios*, oligopólios*, etc., práticas que atentam contra o consumidor (cidadão para os tempos de globalização), e a liberdade no Capitalismo, tão apregoada nos tempos da Guerra Fria*, sempre esteve meramente condicionada ao poder econômico. Claro que o capitalismo tem algo de bom, talvez por excelência, a sua dinâmica econômica. Mas, as experiências socialistas* (ou capitalistas estatais) registradas pela história não foram satisfatórias, principalmente por tolhir do trabalhador a participação nas decisões; socialismo é complementar a democracia, não apenas uma "democracia de mentirinha" onde feudos midiáticos* detêm o poder da informação e formam a opinião, plenamente ideológica e preconceituosa. É necessário acreditarmos em um socialismo humanista, com desenvolvimento socioeconômico,  sustentabilidade*, oportunidade para todos, onde cada trabalhador e trabalhadora com suas famílias no mundo inteiro tenham qualidade de vida, paz e solidariedade. Acredito no Socialismo, entendo que, quando Cristo realizou o milagre da multiplicação dos pães, ele quis mostrar que quando tudo se partilha, o pouco dá, e sobra.

Viva Cristo, o Primeiro Socialista!    

Viva o Socialismo! 
Viva a Classe Trabalhadora!

     
 *Definições na página Geografia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário