A poesia que chamei de Mar aberto, brotou canção desenhada por uma brisa de fim de tarde, palavras soltas, como flores que a Sumaúma atira aos ventos. Ainda que a primavera não seja perceptível nos arredores do Equador, nem por isso nossas flores deixam de ser atraentes em beleza e perfume. Às vezes é necessário submergir em um mar de fantasias, ou deixar-se flutuar no transe que nos deixa ler o mundo em poesia e canção. Aproveitem a letra e brevemente a canção, um reggae que eu diria, um tanto quanto, personalizado.
Mar Aberto
Censura o meu amor,
Minha vã desconstrução
Do mundo que me deixa frágil.
Um plágio desertor
Do universo da canção
Vestido em rimas panfletárias.
Nas várias direções
Meu olhar vislumbra a Terra em chamas.
Derramas as lições
Ao luar de um verso mais sensato.
Em sobressaltos vem
Forasteira a me domar,
A derme terna e nua em pelos,
Desvelos que escolhi
No sertão de um rio sem fim
E assim revelam-se desejos.
No adejo da manhã
O elã da minha Mãe-Guerreira,
Ligeira a deslizar
Arco-íris sobre um mar aberto.
Por certo hás de acolher
Minha súplica voraz,
Se a paz persegue descaminhos.
Sozinhos os pardais
Sobrevoam meus ideais,
Transcendentais e urbanos.
Meus planos infantis,
O resgate de um país em guerra.
Encerra o ciclo em nós
Com os acordes de uma voz em festa.
E resta-me dizer
Dos ritos do querer...
Nada sei mais...
Já não sei mais...
Censura o meu amor...
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