sábado, 7 de setembro de 2013

Matagal

Achei oportuno usar a canção "Matagal" para abrir o Show que realizamos na Estação Gasômetro em 2009. partilhar o palco com músicos como meu irmão Tynho Guimarães, Ary Nemer, Nil Fernandes, Evaldo Lopes, Júnior e Baiano. Contar com a participação de Silvano Amorim, Marlúcia, Geovana e as meninas do grupo de dança do Palmira Gabriel, foi maravilhoso. Maravilhosa também foi a participação dos nossos amigos e demais colegas, nesse momento  grandioso de celebração da arte, nos seus segmentos música, dança e teatro. Espero que em breve possamos estar realizando um novo evento.

Mar Aberto

 
 
A poesia que chamei de Mar aberto, brotou canção desenhada por uma brisa de fim de tarde, palavras soltas, como flores que a Sumaúma atira aos ventos. Ainda que a primavera não seja perceptível nos arredores do Equador, nem por isso nossas flores deixam de ser atraentes em beleza e perfume. Às vezes é necessário submergir em um mar de fantasias, ou deixar-se flutuar no transe que nos deixa ler o mundo em poesia e canção.  Aproveitem a letra e brevemente a canção, um reggae que eu diria, um tanto quanto, personalizado.
 
 
Mar Aberto
 
Censura o meu amor,
Minha vã desconstrução
Do mundo que me deixa frágil.
Um plágio desertor
Do universo da canção
Vestido em rimas panfletárias.
 
Nas várias direções
Meu olhar vislumbra  a Terra em chamas.
Derramas as lições
Ao luar de um verso mais sensato.
 
Em sobressaltos vem
Forasteira a me domar,
A derme terna e nua em pelos,
Desvelos que escolhi
No sertão de um rio sem fim
E assim revelam-se desejos.
 
No adejo da manhã
O elã da minha Mãe-Guerreira,
Ligeira a deslizar
Arco-íris sobre um mar aberto.
 
Por certo hás de acolher
Minha súplica voraz,
Se a paz persegue descaminhos.
Sozinhos os pardais
Sobrevoam meus ideais,
Transcendentais e urbanos.
 
Meus planos infantis,
O resgate de um país em guerra.
Encerra o ciclo em nós
Com os acordes de uma voz em festa.
 
E resta-me dizer
Dos ritos do querer...
Nada sei mais...
Já não sei mais...
Censura o meu amor...
 
 
 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Tragédias Urbanas

Novamente vivenciamos o desabamento de prédios, que vez por outra ocorre e provoca vítimas humanas em nosso país. Quando percebemos que tal ocorrência se deu na principal metrópole brasileira, em termos tecnológicos, financeiros e culturais, a preocupação aumenta. Principalmente porque a ideia cosmopolita que construímos a respeito dos centros urbanos que consideramos "cidades globais" os coloca acima dos problemas cotidianos dos centros mais "periféricos". A indignação com a tragédia ocorrida em Santa Maria (RS), com o incêndio da Boate Kiss, parece ainda bastante pertinente e nos convida a encarar nossa triste realidade de país do terceiro mundo. Como é realizada a fiscalização das obras e serviços oferecidos?! Porque as obras irregulares (como tem sido afirmado sobre este caso de São Paulo) continuam a ser executadas mesmo com pareceres técnicos desfavoráveis?! Onde estão os responsáveis por tal execução? Quando vamos constatar mudanças na ordem desses fatos?! Será que as ilegalidades e as mortes vão continuar acontecendo, acontecendo?!... a impunidade prevalecendo, prevalecendo?!... Mães, pais, filhos, famílias inteiras, sofrendo a perda de seus entes queridos e a mídia vai exaurindo o assunto enquanto ele continuar dando Ibope, e depois, aquela letargia contagiante e cúmplice das contradições vividas. Quais as leis que foram aprovadas para evitar tragédias, como as de Santa Maria?! Já estão em vigor?! Como estão as obras para evitar os deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro?! E os desabrigados?! Já estão com suas casas em áreas urbanizadas, solidamente construídas, com esgoto, saneamento e demais equipamentos urbanos que geram comodidade e cidadania, como unidades escolares e hospitalares, centros de lazer e entretenimento, etc.?!  E o transporte urbano?! Quando as prefeituras vão deslocar seus fiscais para os finais, ou melhor, para os inícios de linha, e evitar que os ônibus saiam  de manhã ou início de noite superlotados, comprometendo o conforto e a segurança de tantas pessoas?! Nunca é demais dizer, às vezes me permito a redundância, somos ainda um projeto de nação, cidadania a ser consolidada. Precisamos ir muito mais além. Pegar as bandeiras, as faixas, o apito, as máscaras, ensaiar as palavras de ordem, caminhar, talvez não seja o bastante. Reunir é possível, politizar é imprescindível, discutir de maneira cidadã e democrática, na comunidade, no condomínio, nas associações de moradores e classes, nas escolas e universidades, a gama de problemas que nos aflige, torna-se um imperativo. Precisamos exercer a dialética e das contradições, dinamizar a transformação. A construção do amanhã é agora. Precisamos ler, e entender a sociedade e suas engrenagens, os interesses predominantes. Precisamos nos despir da mesquinhez, que nos impede de renunciar aos interesses individuais em prol do interesse coletivo. Precisamos praticar solidariedade. E construir o novo, que se veste de brisa, que sopra mansa e constantemente, e mantem acesa dentro de nós a chama das sutis revoluções. Afinal, sempre haverá uma luz no fim do túnel.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Fundação da Academia Curuçaense de Letras, Artes e Ciências.


Minhas congratulações aos membros fundadores da Academia Curuçaense de Letras, Artes e Ciências. Quero novamente parabenizar o Comendador Paulo Henrique pela brilhante iniciativa e todos os nobres colegas que contribuíram para a grandeza deste evento maravilhoso. O tempo exíguo, impediu-me de estender as palavras e  meus sinceros agradecimentos a tantos que reconhecem o nosso trabalho e são solidários com a nossa humilde contribuição intelectual no campo da educação, da cultura, enfim. Quero reconhecer novamente o papel dos meus pais na minha formação  em sua dimensão artística e intelectual e manifestar o orgulho em ocupar a cadeira de Raimundo Borges, meu saudoso mestre, com o qual aprendi a construir as primeiras melodias no Saxofone, outros caminhos me levaram a outros cantos e encantos. Mas, é preciso dizer que Raimundo Borges, consumia seu tempo e sua paciência gratuitamente com tantos alunos de música, que não escolhiam hora para exigir-lhe a atenção. Quantos alunos seus adentraram a carreira militar por causa da iniciação ou formação musical,desenvolvida na escola improvisada na casa do Sr. Raimundo Borges. Quero louvar aqui a lembrança do nome do músico Raimundo Borges, Regente da Banda Musical Henrique Gurjão, que contribuiu para a riqueza cultural do nosso município. Vida Eterna a Academia Curuçaense de Letras, Artes e Ciências. Parabéns a seus imortais e demais membros!

domingo, 11 de agosto de 2013

Dia dos Pais



Depois de muito tempo, acho oportuno voltar a escrever e divagar idéias, sonhos e constatações. Deixei-me, tantas vezes, embriagar de preguiça e morrinha, e espero dispor de gás para retomar o caminho no Cyber espaço com mais frequência. Considerando que minhas desculpas serão aceitas, acredito ser oportuno falar do que chamamos "Dia dos Pais". Dizem que "não basta ser pai, tem que participar", é claro que além do momento da concepção, ou ainda que "pai é quem cria, não quem faz", ditos populares à parte é impressionante o quanto crianças e adolescentes crescem sem qualquer referência de virtude, pela ausência de pessoas que lhes doem exemplos de relacionamento, pautado na ética, respeito, solidariedade, etc. A violência banal e gratuita que assola cidades e lugares traduz a triste realidade de desamor que vivenciamos. Longe de querer minimizar o papel materno, que muitas vezes carrega sozinho o fardo do sustento físico e imaterial de tantos filhos, precisamos cada vez mais responsabilizar o pai, pelo desenvolvimento da criança. É claro que tal irresponsabilidade pelos rebentos, reflete o machismo ainda reinante em nossa cidadania em construção. Tenho argumentado quando oportuno, que os meninos precisam ter essa preocupação com a precocidade da vida sexual e suas consequências, muitas vezes transferidas às meninas, que carregarão o fruto de uma relação inconsequente em seus ventres, e terão que abdicar de uma série de coisas, entre as quais a sua formação ou qualificação profissional. É preciso dizer que esta situação não é muito favorecida pela lógica reinante na sociedade, não é à toa que, enquanto meninos recebem carrinhos e bolas de futebol para brincar, as meninas recebem bonecas, fogões, panelas, entre outros "presentes", em preparação para a maternidade e as atividades domésticas. Minha contribuição neste sentido, visa fazer os pais ou potenciais futuros pais, refletirem sobre o papel dos mesmos na educação e formação do ser humano, que colocaram ou colocarão no mundo, precisamos construir a cada dia um mundo melhor, mais fraterno e justo, com todos e todas. Depende de cada um de nós essa construção e principalmente dos nossos filhos. Todos erramos em algumas ou muitas vezes, o que não podemos fazer é continuar atentos aos erros alheios e negligentes quanto aos nossos. Quão triste é constatar filhos considerarem seus pais como se fossem seus inimigos. A conquista da amizade, respeito e consideração dos nossos filhos por nós, é uma tarefa árdua e constante, mas, extremamente gloriosa. Em nossos filhos perpetuamos nossos sonhos mais profundos. E se no futuro seu filho lhe colocar em um asilo, que seja um bom asilo, com pessoas da sua geração, sem conflitos com as gerações ultra-modernas, com paz, dominó, baralho, xadrez  e um bom vinho, que afinal, ninguém é de ferro. Feliz dia dos Pais!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dia da Criança

 
O Dia Mundial da Criança é oficialmente 20 de novembro, data que a ONU reconhece como Dia Universal das Crianças por ser a data em que foi aprovada a Declaração dos Direitos das Crianças. Porém, a data efetiva de comemoração varia de país para país. Acredito que assumimos concretamente o papel de pais, quando aprendemos a amar também os filhos dos outros, entendendo que o que não desejamos nem aceitamos para os nossos filhos jamais poderemos aceitar ou desejar para os filhos dos outros. Que a hipocrisia jamais se estabeleça em nós, deixando-nos representar o papel de pseudos solidários e preocupados com as crianças pobres, apenas nos dias "da criança" ou no "Natal", muito mais que presentes, tais crianças e suas famílias precisam de alimentos para sustentar seus frágeis organismos desnutridos, e de uma educação eficiente, que os liberte da exclusão e da marginalidade, necessitam ainda de assistência médica e social, além de morar em áreas urbanizadas e não estejam expostas a violência e ao desconforto de conviverem com seus algozes, pedófilos ou não. Precisamos entender que os pais dessas crianças precisam muito mais que uma bolsa do governo ou de um salário mínimo para atender suas necessidades.  As famílias, principalmente as mais necessitadas, precisam entender que devem evitar mergulhar no mar do consumismo, alimentado pelas estratégias daqueles que cultuam o capitalismo e o lucro como um deus; existem prioridades que devem ser respeitadas. O assistencialismo hipócrita, contribui para o flagelo da ignorância e da despolitização.  Temos constatado a barbárie estabelecida no seio da sociedade, não apenas por causa da desagregação familiar, mas, principalmente pela corrosão de valores, pela avidez do "ter" em detrimento do "ser". Quantos não olham seus filhos como se fossem diferentes e acima de todos, principalmente dos menos favorecidos economicamente, na prática diária do egoismo e individualismo que os preceitos capitalistas tanto evocam?!. De uma vez por todas é preciso entendermos que nossas crianças não precisam apenas de objetos, precisam de um presente que as conduzam a um futuro de solidariedade, justiça, paz e qualidade de vida.